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sexta-feira, 11 de março de 2011

De regresso

Depois de algum tempo ausente, verifiquei que a blogosfera católica, aquela que é mesmo católica, anda muito animada. Fiquei feliz porque saber que a Teresa de "Tradição Católica" voltou ao activo, depois de ter desistido. Não se poderia esperar outra coisa de quem, sendo crismado, tem obrigação moral e humana de, perante um país que já não bastava estar degradado a nível de valores, também o está em termos religiosos. São os mesmos do costume. Qualquer dia excomungam-nos...
Mas não podemos baixar os braços, temos de lutar por aquilo que, embora achemos que seja o correcto, é verdadeiro e unicamente o desejado por Deus.
Que a Virgem Maria nos auxilie nesta nossa batalha contra o demónio.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Amigos, 'tou sem computador

Amigos, prometi um trabalho sobre o celibato... Estou sem computador e por isso ainda não o coloquei aqui. Em breve continuarei a pôr 'pots'.
Soube por fonte fidedigna que o Santo Padre quer colocar e elevar ao cardinalado D. António Marto mas que encontra oposição. Há quem queira ver D. Carlos Azevedo como próximo Cardeal Patriarca. Deus nos livre de tal. Ele pelo menos insinua-se muito...
Rezemos para que Deus o impessa. Deus nos dê um bom Cardeal.
Entretanto, mais um padre da Diocese de Vila Real abandonou o sacerdócio porque engravidou uma paroquiana!... Nos últimos anos já abandonaram o sacerdócio nesta diocese, entre os ordenados de D. Joaquim Gonçalves, 8 sacerdotes, foram os que já morreram, o que reflete a crise da Igreja nesta Diocese...
Abraços e até breve...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Próximo texto a publicar: O Celibato Católico

Olá amigos...
encontrei um amigo, depois de conversarmos um pouco sobre vários assuntos, começámos a falar de religião. A primeira pergunta que ele me fez foi: «porque é que os padres não se casam? Resolveria muitos problemas da Igreja!»

Muitos cristãos não percebem o que e o celibato e por isso fazem este tipo de perguntas. Este texto que vou escrever não pretende ser uma explicação teológica mas pretende ser uma explicação cabal sobre o celibato cristão. Para além disso, quero responder ao seguinte artigo:

«Segundo a Igreja o celibato é o estado de solteiro que implica a abstinência de atividade sexual. Uma autêntica manipulação já que o celibato consiste na proibição para o clero secular de casar-se e não implica de nenhuma forma a obrigação de castidade. Surpreendentemente foi somente incluído no Código de Direito Canónico no ano 1917.
No cristianismo primitivo a idéia mesma de um celibato clerical teria sido considerada absurda tendo em conta que tanto Pedro como Paulo foram homens casados.
A primeira Constituição Apostólica, que data aproximadamente do ano 340, impôs uma dupla disciplina; um homem casado no momento de ordenar-se tinha a obrigação de manter o seu matrimónio, enquanto que um solteiro no mesmo caso aceitaria a obrigação de manter-se celibatário. Na prática o celibato do solteiro era optativo já que a disciplina lhe dava implicitamente a opção de casar-se antes de ordenar-se. A abstinência sexual se converteu em ideal Cristão(?!) e, numa manobra teológica em essência blasfema, a caridade como virtude principal inerente nos Evangelhos, foi substituída pela castidade... No entanto, a disciplina não pegou - e menos ainda a virtude da castidade - nos restantes séculos do primeiro milénio; a imensa maioria do clero continuava casando-se, com excepção dos mais espertos que, aceitando em aparência a disciplina, viviam em concubinato ou, pior, com amantes sucessivas.
A princípios do século V há, repentinamente, uma mudança qualitativo; uma feroz imposição do celibato sacerdotal. Houve razões para isso; por um lado uma razão patrimonial - a Igreja tinha mudado de perseguida e pobre a perseguidora e rica - o medo de que sacerdotes casados deixariam os seus bens paroquiais a suas viúvas e descendência, por outro um movimento ascético e cada vez mais anti-sexual e misógino.
Com a chegada da alta Idade Média os papas "absolutistas" intervieram decididamente no assunto. Usou o poder secular activamente para despejar as esposas dos sacerdotes de suas casas, resultando no suicídio de muitas delas. Disse Gregório: " A Igreja não pode libertar-se das garras da laicidade sem antes libertar os sacerdotes das garras de suas esposas". Com o tempo o celibato se impôs pouco a pouco com efeitos nefastos para a moral sexual. A razão principal para impô-lo tinha sido a consideração de que o matrimónio, a esposa e os filhos, impediriam a plena dedicação, de corpo e alma, do clero à Igreja. Críticos da época disseram coisas como: "a Cúria romana é o melhor exemplo de tudo o que é vicioso e infame no mundo" , "a profissão de sacerdote é o caminho mais curto para o inferno", "Roma não é a Santa Sede mas a Sede Ímpia". Os cardeais foram chamados carnais, as freiras rameiras e nos mosteiros abundavam os gays. Na Idade Média a homossexualidade em certos mosteiros e conventos era habitual; em tempos mais recentes a prática deslocou-se para os seminários e colégios religiosos.
A Igreja logrou finalmente impôr o celibato, depois de tantos séculos, no Concílio de Trento, não obstante a declarada oposição tanto do Imperador Fernando como de muitos outros soberanos. O raciocínio foi o seguinte: como a Igreja é uma instituição absolutista e hierárquica, precisa de operários cegamente entregues à instituição e somente o celibato - sem a distração de problemas familiares - podia garantir tal entrega absoluta; o sacerdócio deixaría de ser a livre entrega a Deus e se converteria num serviço coaccionado ao papado, com o sacerdote como prisioneiro do sistema.
Por outro lado foram acordadas as condições para o recrutamento sacerdotal (idade, ciência adquirida, independência material) alem de estabelecer-se a criação de seminários episcopais para a formação sacerdotal. Como durante a sua estadia no seminário se suprimia a libido com acrescentamentos de preparados de cânfora à comida - como até há pouco se fazia com os recrutas nos exércitos - os seminaristas ordenavam-se sacerdotes sem nenhuma idéia do sexo e menos ainda da privação que significava o celibato.O celibato se impôs mas desde logo a castidade não. Como diz o ditado: " a privação é causa de apetite".
No século XVII havia que inventar o confessionário para assegurar o anonimato das penitentes e para evitar, em caso da confissão de pecados sexuais, a exigência de favores sexuais por parte de confessores chantagistas, um pecado conhecido como "solicitar", muito comum antes, e depois, da existência dos confessionários.
A partir da metade do século XIX a moralidade sexual do clero católico romano tornou-se mais "vitoriana" em todo o Ocidente. Ou seja, continuou mais ou menos como antes mas tornou-se mais subterrânea. Houve mais comportamento puritano para a galeria e mais hipocrisia; muita descrição e encobrimento de crimes sexuais para evitar escândalos que eram muito mal vistos» in http://pt.shvoong.com/humanities/religion-studies/1974874-hipocrisia-celibato-cat%C3%B3lico-romano/


Ora este artigo é inteiramente herético porque embora o autor conheça as verdadeira motivações para o celibato ele adultera-os com justificações completamente absurdas. Ora conhecer o erro e permanecer nele é heresia. A resposta não virá possivelmente hoje porque já estou um pouco cansado mas quero escrever sobre o assunto ainda esta semana. Até lá

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Católicos são hoje a única fonte de valores

Cristiano Ronaldo. Ayer, el diario británico «The Sun» ha desvelado la causa de la supuesta tristeza del príncipe balompédico: el delantero del Real Madrid pagó una escalofriante suma de dinero a la madre de su hijo para comprar su silencio, en total 16 millones de euros, y por renunciar a la custodia. Noticiou o jornal ABC de Espanha. (clique para ler)

Este acto é vergonhoso e ao mesmo tempo desumano. Como pode um pai pagar para que a mãe renuncie à custodia de um filho, fique calada e se afaste dele. Como pode uma mãe renunciar ao filho por 16 milhões.... Como vais crescer um filho que tendo a mãe viva não a pode ver? Como vai lidar o filho com a vergonhosa acção dos pais sobretudo quando souber? Isso só acontece porque as pessoas se deixam cegar.... O dinheiro não pode ser a causa... o problema é a falta de valores. O Papa João Paulo II bem o dizia mas não o denunciava de forma plena: o mundo deixa-se escravizar pelo 'positivismo' demoníaco, ou seja, pelo demónio.

Há que acordar para a realidade, o mundo nunca esteve tanto acabrunhado pelo mal como agora. O que devemos fazer? É simples: «penitência e oração» disse a Virgem Santíssima.

quando era mais jovem, todos os Domingos ia ao pequeno ermo de Nossa Senhora da Piedade antes de ir para o Seminário. Um dia fui com a minha mãe. Na pequena capela ouvia um gemido, alguém chorava. Só lá estava eu e a minha mãe. Nenhum de nós chorava, era Nossa Senhora.

Tal como naquele dia, hoje a Nova Eva chora porque vê os filhos mergulhados no pecado. Temos de agir fazendo a vontade d'Ela, isto é, fazendo penitência e oração. Um Igreja tíbia, ou seja, sem o ardor da acção do rezar e da penitência, vai morrendo aos poucos, como dizia o grande mestre Pe. Josemaria Escribá. Esta (essa) foi a que saíu do Concílio Vaticano II, envenenando a catolicidade. Bem dizia o Padre Kolbe, que o diabo queria reinar na Igreja, nomeadamente no trono de Pedro.

Há que reagir, repito, lutando com a arma da oração (o terço por exemplo) e da penitência (confissão e sacrifícios) «porque o inferno está cheio de pecadores»... Rezemos também pelo Santo Padre para que Deus o ajude no governo da Igreja e nos dê um cardeal que seja um verdadeiro e corajoso defensor da fé como foi o bem-aventurado fundador da Fraternidade de São Pio X e como o são os bispos lefevbristas.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Quantas Nossas Senhoras exitem?

(Nossa Senhora da Piedade, venerada no santuário do mesmo nome na Vila de Sanfins do Douro, terra onde nasceu o Jesuíta Padre Manuel da Nóbrega, na Diocese de Vila Real, cuja imagem pesa mais de 900kg)



Nossa Senhora da Conceição venerada no Santuário do mesmo nome em Vila Viçosa



O meu antigo pároco (pessoa que me marcou muito pela positiva) um dia contou-me um caso que a nós, tradicionalistas, parece insólito: como é que alguém pode dizer que existem tantas nossas senhoras? Ora acontece que estando um sacerdote na sua paroquial, uma senhora chega ao pé dele e pergunta-lhe: (é mais ou menos assim, não tenho bem presente as palavras exactas mas o sentido é esse)

- Sr. Padre, aqui há alguma imagem de Nossa Senhora da Conceição?
- Não - repondeu o sacerdote, mas pode dirigir-se ao altar de Nossa Senhora de Fátima.
- Não pode ser, Sr. Padre, tem de ser no da Senhora da da Conceição.
- Mas porquê?
- Porque tenho uma promessa para pagar e é só com Ela.
- Mas se Nossa Senhora só há uma, pode fazê-lo no altar de Nossa Senhora de Fátima.»

A história não ficou por aqui, como é claro e acabou com um sermão do sacerdote sobre a Virgem Maria. Outro exemplo, mais esclarecedor, passou-se comigo. Estava na esplanada de um café com uma prima afastada e com a minha Mãe quando, a certo momento, se começou a falar da festa de Nossa Senhora da Piedade e em Nossa Senhora. Aquilo que mais me irritou, e juro que fiquei chateado, foi ouvir a minha mãe dizer que «tinha mais fé na Nossa Senhora de Fátima que na Senhora da Piedade» (venerada num Santuário, em Sanfins do Douro e em geral pelos durienses), porque esta última nunca ouviu as suas orações.

Tudo isto veio-me à memória com um comentário que li no "Tradição Católica" e que me pôs a pensar. Cito:« Gostaria de saber, se não for demasiado particular, donde vem o seu tão grande amor à Virgem de Guadalupe, e não à Nossa Senhora de Fátima, por exemplo, como se poderia esperar de uma portuguesa?» (Ricardo) Certamente que não era isso o que Ricardo queria dizer mas devia ter dito de outra forma porque isso pode induzir a erro: «Porque invoca Nossa Senhora como Virgem de Gaudalupe e não como Nossa Senhora de Fátima?». Assim seria mais correcto.

O protestantes também fazem perguntas semelhantes, na busca da verdade, e outras como «porque é que os Católicos adoram tantas virgens? Porque é que dizemos que Nossa Senhora é co-redentora sendo Jesus o único redentor? (isto ficará para outro post), Porque é que uns invocam Nossa Senhora como «Santa Maria Maior (Sanfins do Douro, Alijó, Murça, Diocese de Vila Real) , da Saúde( São Lourenço, Lamego, Carvalhos) , da Piedade (Sanfins do Douro), da Graça (Mondim de Basto), da Cunha (Carlão, Alijó) , da Boa Morte(Pópulo), do Rosário (Sabrosa, Fátima), da Agonia Viana do Castelo)» e por aí afora. Haverá, porventura, tantas nossas senhora, rivalizando cada uma com a outra?

Nossa Senhora é só uma. É Aquela que conhecemos no Santo Evangelho, na Tradição e nas aparições em Lurdes e em Fátima e noutros lugares. Os diversos nomes advém das circunstâncias em que se invocam a Santíssima Mãe. Assim: todos aqueles que A invocaram na sua doença passaram a chamá-la como Nossa Senhora da Saúde porque, por sua intercessão, Deus restituiu-lhes a saúde. Os agonizantes invocavam-na em agonia e eram confortados, por isso em Viana do Castelo se chamou à imagem de Nossa Senhora da Dores de Nossa Senhora da Agonia porque Ela auxiliou os pescadores agonizantes e consolou as suas famílias quando, nas praias, viam os seus queridos filhos, pais, maridos a morrem em naufrágios. A Igreja chama-A de Auxílio dos Cristãos e isso deveu-se sobretudo à Grande Batalha de Lepanto que foi vencida graças à invocação do auxílio da Virgem através da reza do Rosário. Por vezes deu-se o nome da local à Santíssima Mãe do Redentor, assim, temos Nossa Senhora da Azinheira, Fátima, Lurdes, Tirana, etc. Mas há tantos outros títulos tão belos como Nossa Senhora do Sim para aqueles que sentiram o chamamento de Deus. Em Portugal, o Rei D. João IV consagrou-a Rainha de Portugal coroando-a em Vila Viçosa. Apartir desse dia os Reis dos Portugueses deixaram de usar coroa. Perante a corte inteira, o nosso ilustre rei proclamou:

“…assentamos de tomar por padroeira de Nossos Reinos e Senhorios, a Santíssima Virgem, Nossa Senhora da Conceição, na forma dos Breves do Santo Padre Urbano 8º, obrigando-me a aceitar a confirmação da Santa Sé Apostólica e lhe ofereço em meu nome e do príncipe D. Theodósio, e de todos os meus descendentes, sucessores, Reinos, Senhorios e Vassalos a Sua Santa Caza da Conceição sita em Vila Viçosa.”
Para que não restassem dúvidas relativamente à seriedade e perpetuidade do seu juramento acrescentou:

“…se alguma pessoa intentar contra esta nossa promessa, juramento e vassalagem, por este mesmo efeito, sendo vassalo, o havemos por não natural e queremos que seja logo lançado fora do Reino; se fôr Rei, haja a sua e nossa maldição e não se conte entre nossos descendentes, esperando que pelo mesmo Deus que nos deu o Reino e subiu à dignidade real, seja dela abatido e despojado.”


O dogma da Imaculada Conceição foi definido pelo papa Pio IX em 8 de Dezembro de 1854, pela bula Ineffabilis, na qual confirmava
"eleição da Bem Aventurada Virgem Maria sob a invocação da Santíssima Conceição, como particular, única e singular Advogada e Protectora do Reino de Portugal". Orgulho pois saber que fomos os primeiros a reconhecer publicamente este dogma e por isso louvados pelo Papa.

Desde então que o dia 8 de Dezembro é feriado Nacional e celebrado em todo o País como o dia da Padroeira de Portugal.




Coisas do mafarrico maldito... Cardeal Newman foi chamado gay!





Coisas do mafarrico, do baal, dessa coisa imunda e maldita que perverte a todos. Bem dizia o meu antigo pároco: «o diabo até beija a Cruz para conseguir aquilo que quer». Mas Joseph Cardinal Newman já se encontra entre a Assembleia gloriosa dos Santos, sendo beatificado no próximo mês de Setembro.
Beato Josph Newman, rogai por nós.



CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 3 de setembro de 2008 (ZENIT.org).- A afirmação de que o cardeal John Henry Newman poderia ter mantido uma relação «um pouco mais que amistosa» com seu assistente, o sacerdote Ambrose St John, não tem fundamento.

Assim afirma o principal biógrafo do cardeal inglês, Ian Ker, em um artigo publicado pelo jornal L’Osservatore Romano, respondendo a declarações de lobbies homossexuais. A polêmica se desatou com a decisão do governo britânico, em 26 de agosto passado, de permitir a exumação do corpo do cardeal visando à sua futura beatificação, já que Newman pediu para ser enterrado junto a seu assistente, o sacerdote Ambrose St. John.

Para Ker, esta última vontade do cardeal não constitui uma prova de sua homossexualidade, e coloca de exemplo outros casos como o escritor Clive S. Lewis, que quis ser enterrado com seu irmão, ou o de Dorothy Collins, secretária dos Chesterton, cujos restos repousam junto ao casal.

O biógrafo de Newman recorda que Ambrose St John foi muito amigo do cardeal e esteve a seu serviço durante 30 anos.

«Newman se sentia responsável por sua morte, porque lhe havia pedido que traduzisse a obra do teólogo Joseph Fessler sobre a infalibilidade na linha do Concílio Vaticano I, uma última tarefa que se tornou pesada demais para ele, já sobrecarregado de trabalho.»

Ker recorda que St John «foi o colaborador mais próximo de Newman durante o difícil período da fundação do Oratório de São Felipe Néri na Inglaterra, e em todas as sucessivas tribulações de Newman como católico».

Sobre as razões contrárias à exumação que aduzem o respeito à última vontade do cardeal, o biógrafo explica que Newman «insistia sempre em que todos seus escritos podiam ser corrigidos pela santa mãe Igreja».

«Se a autoridade eclesiástica decide transladar seu corpo a uma igreja, a resposta de Newman seria sem dúvida que seu último testamento, como tudo o que havia escrito, o havia escrito sob a correção de uma autoridade mais alta», acrescenta.

O cardeal Newman (1801-1890) está enterrado no pequeno cemitério de Rednall Hill, nos subúrbios de Birmingham, junto com seu inseparável amigo Ambrose St. John, convertido ao catolicismo ao mesmo tempo que ele.

O purpurado, o mais famoso convertido inglês ao catolicismo romano no século XIX, foi, em sua etapa como anglicano, uma das principais figuras do Movimento de Oxford, que procurou aproximar a Igreja Anglicana da Inglaterra de suas raízes católicas romanas.

Após a aprovação de um milagre atribuído à sua intercessão, a Santa Sé pediu ao governo inglês a exumação do corpo e seu traslado ao Oratório São Felipe Néri de Birmingham, dentro dos requisitos do processo de beatificação.

O celibato, um «sacrifício»

No tocante à polêmica sobre sua orientação sexual, Ker relata como Newman, ao realizar seu voto pessoal de celibato aos 15 anos, falava disso como um «sacrifício».

«Não é necessário recordar que naquela época não existiam ‘uniões civis’. Newman, naturalmente, falava do matrimônio com uma mulher e do ‘sacrifício’ que o celibato comportava», acrescenta.

Depois de 25 anos, Newman se perguntava pelo «custo» dessa decisão, explica Ian Ker. Após a grave doença que padeceu na Sicília, Newman escreveu: «Enquanto escrevo me assalta um pensamento: para quem escrevo tudo isso? (...) Seria o tipo de atenção que pode dar uma mulher e ninguém mais, e esta atenção, assim seja, nunca me será dada. (...) Desejo livremente a posse deste afeto que não me foi e não me pode ser dado».

«Nestas frases comoventes, escritas quando ainda era ministro da Igreja da Inglaterra e plenamente livre para casar-se, vemos o total empenho de Newman na vida de virgindade à qual se sentia chamado de forma inequívoca, mas podemos advertir o profundo sofrimento que sentia ao renunciar ao amor de uma mulher no matrimônio.»